quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Meu novo eu


Pessoas não sabem o que você sente. Ninguém pode olhar tão profundamente para você ao ponto de conseguir discernir o que realmente se passa. Foi uma limitação dada por Deus ao ser humano. Talvez para que usassemos menos a lógica da visão e tentassemos cada vez mais nos guiar pelo coração, pela compaixão... Mas nós entendemos tudo errado, julgamos tudo errado, falamos tudo errado. E como réus da sociedade, do meio, os sonhos se vão, as certezas de que tudo aquilo para que você existe nessa terra, se transformam em um sopro delicado, uma névoa que as vezes parece tão densa mas ao mesmo tempo basta mover-se para passar por ela e ver que não passava de algo sem ter como segurar-se.
Talvez eu não seja mais ouvido, talvez as minhas certezas nunca mais voltem a ser certezas, talvez ninguém me compreenda, ou encare que meu sorriso curto e tímido hoje seja sincero, real, sem máscaras. "Do que adianta ter os palcos, se eu não te tenho no meu quarto?" Do que adianta ser admirado por uma mentira? Do que adianta mil amigos, contar com muita gente enquanto você tem algo a oferecer somente? Hoje sou um caniço levado pelo vento... recluso, na certeza de que de todos os que se foram, a maior importância e valor está em quem ficou. Os aplausos, os apertos de mão, esses partiram, só restaram as simples coisas da vida, as alegrias talvez tão comuns a todos, mas que para mim outrora não passavam de sonhos distantes e alvos quase inalcansáveis. Talvez esse fosse o grande plano e eu nunca consegui ver! Talvez a realização que antes procurei em tão elaborados projetos de vida, estavam apenas em ser alguém comum, sem quase nada, mas com a simplicidade da paz. Talvez eu nunca serei quem era ou pretendia ser. Mas isso hoje não pertence a mim. Deixo nas mãos de quem conduz a minha vida cada dia. E por isso hoje tudo isso não passa de "talvez".

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